Sé de Braga
Ora isto é uma Cruz de Calatrava ou de Avis, se as minhas pesquisas não me enganam. Mas pela cronologia mais lógica (porque suponho que esta pedra tenha sido gravada no século XII) é capaz de ser uma Cruz de Calatrava.
Esta é uma das muitas pedras soltas que se podem ver encostadas aos muros depois de entrar pela porta leste da Sé de Braga, a caminho do museu. Há cerca de ano e meio havia também algumas dezenas de lápides incriveis que, entretanto, não sei que rumo levaram.
Aqui fica uma pequena contextualização histórica:
Aqui fica uma pequena contextualização histórica:
"A Ordem de Calatrava, fundada em 1158, era a mais antiga ordem militar e religiosa da Península Ibérica e foi percursora da Ordem de Avis em Portugal já que os seus fundadores eram oriundos daquela ordem. Os cavaleiros da Ordem de Calatrava entraram em Portugal para ajudar a manter Évora, recentemente conquistada (1166), tendo, por isso, passado a ser conhecidos, também, como Freires de Évora tendo ocupado parte da cidade ainda hoje conhecida por Freiria. Recebem de D. Afonso Henriques em 1179 a quantia de 10.000 maravedis - quantia apreciável na época se tivermos em conta que 15 maravedis equivaliam a 229,4 gramas de ouro - entregues a Gonçalo Viegas, Mestre da Ordem de Calatrava em Évora, para serem gastos em utilidade e defesa da cidade. O nome que lhes havia de ficar veio da doação de Avis feita por D. Afonso II, Rei de Portugal, em 1211."
Mas, e se for uma Cruz de Avis?
A Ordem de São Bento de Avis (inicialmente chamada de Milícia de Évora ou Freires de Évora) foi uma ordem religiosa militar de cavaleiros portugueses. Esta Ordem parece ter-se originado na Espanha, como ramo da Ordem de Calatrava, embora muitos historiadores afirmem sua criação em Portugal, no século XII, por D. Afonso Henriques. fonte
Isto é um templário!
Fiquei siderada quando vi esta pedra, na sala dos arcebispos, sem qualquer legenda ou nota que contextualizasse o visitante sobre a sua presença ali. Apedra está partida, mas aquela cruz no peito não engana, nem a toca sobre a cabeça rapada. Trata-se de um frade-guerreiro. Só pode ser um templário.
Fiquei siderada quando vi esta pedra, na sala dos arcebispos, sem qualquer legenda ou nota que contextualizasse o visitante sobre a sua presença ali. Apedra está partida, mas aquela cruz no peito não engana, nem a toca sobre a cabeça rapada. Trata-se de um frade-guerreiro. Só pode ser um templário.
Aliás, não foi a única marca templária que encontrei na Sé. Na catedral, à entrada da porta principal, por cima de uma piada de água benta, lá estava mais uma cruz da Ordem.
A propósito, encontrei aqui uma parte da História que contextualiza estas marcas. Excede as minhas expectativas...
A propósito, encontrei aqui uma parte da História que contextualiza estas marcas. Excede as minhas expectativas...
Gualdim Pais (Amares, 1118 - Tomar, 1195), cruzado português, Freire Templário e Cavaleiro de D. Afonso Henriques (1128-1185), foi o fundador da cidade de Tomar.
Filho de Paio Ramires e de Gontrode Soares, combateu ao lado de D. Afonso Henriques contra os mouros, vindo a ser ordenado Cavaleiro pelo soberano no campo de Ourique (1139).
Partiu depois para a Palestina, onde militou durante 5 anos como Cavaleiro da Ordem dos Templários, tendo participado do cerco à cidade de Gaza.
Ao retornar, foi ordenado como quarto Grão-Mestre da Ordem em Portugal (1157), então sediada em Soure, onde tinham castelo desde 1128 por doacção de D. Teresa. Fundou, nessa capacidade, o Castelo de Tomar e o Convento de Cristo (1160), que se tornou o Quartel-General dos Templários no país, dando foral à nova vila no ano de 1162.
Também fundou o Castelo de Almourol, o da Idanha, o de Ceras, o de Monsanto e o de Pombal. Deu foral a Pombal em 1174.
Cercado em 1190 em Tomar pelas forças Almóadas sob o comando do califa Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur, conseguiu defender o Castelo contra esse efetivo numéricamente superior, detendo assim a invasão do norte do Reino por esta parte.
Faleceu em Tomar no ano de 1195, e ali se encontra sepultado, na Igreja de Santa Maria do Olival. fonte
Gualdim Pais foi o quarto Mestre dos Templários em Portugal. Nasceu provavelmente em Amares, nos arredores de Braga, em 1118, filho de Paio Ramires, um cavaleiro nobre do Condado Portucalense, que apoiaria D. Afonso Henriques na rebelião contra a sua mãe, D. Teresa, em 1128.
Cresceu na companhia de D. Afonso Henriques, que o ordenou cavaleiro na Batalha de Ourique em 1139.
Seguiu depois em cruzada à Palestina, onde permaneceu 5 anos, distinguindo-se no cerco a Gaza.
Após o regresso, aparentemente já como Templário, combateu nas lutas pela reconquista do território entre Coimbra e Leiria, então a fronteira com as terras sob domínio Mouro.
Por volta de 1152, D. Afonso Henriques nomeou-o Comandante ou Mestre da casa da Ordem em Braga (primeiro quartel-general dos Templários).
Assumiria, quatro anos depois, em 1156, o cargo de Grande Mestre da Ordem do Templo, com a missão de defender a região entre Soure e a fronteira do Rio Tejo. fonte
Gualdim Pais
(Braga 1118 - Tomar 1195)
D. Gualdim Pais (Gaudinus, Galdinus ou Gualdinus, em latim), Grão-Mestre da Ordem do Templo em Portugal, de 1157 a 1195, foi o fundador do Castelo de Tomar.
A sua vida
Filho de Paio Ramires e de Gontrode Soares, nasceu na região do Minho, a norte de Braga, em 1118.
Foi criado no mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e ficou muito cedo ao serviço do futuro Rei, D. Afonso Henriques, combatendo ao lado dos seus irmãos de armas, os cavaleiros Mem Ramires e Martim Moniz, em todas as batalhas contra os Mouros para conquistar o reino. Torna-se ilustre durante a tomada de Santarém, em 1147, e durante a de Lisboa, em 1149, antes de embarcar para a Palestina, onde participa no Cerco de Gaza, em 1153.
A sua imponência e o seu porte de guerreiro e de chefe realçam ainda mais o prestígio que lhe conferem as suas extraordinárias qualidades de combatente e de organizador. A sua estadia no Oriente permitiu-lhe aperfeiçoar a sua já comprovada experiência militar e, quando regressa da sua Cruzada, conhece já a missão que o espera. Em 1157, é nomeado o quarto Grão-Mestre da Ordem do Templo em Portugal, na época, sediada em Braga.
A Ordem Militar dos Templários foi fundada em Jerusalém, no ano de 1118, com a finalidade de guardar as lugares santos da Palestina. Assente numa disciplina de vida monástica e ascética, esta milícia logo se instalou em Portugal para ajudar na luta nacional de aquisição dos territórios que se localizavam a sul do Tejo.
Godofredo de Saint-Omar e Hugo de Payens, os primeiros templários de referência, apoiados na regra de S. Bernardo, assumem como vestuário o hábito branco com uma cruz vermelha gravada e aceitam que a actividade se estenda a Península Ibérica: também aqui há "infiéis" e por aqui transitam muitos peregrinos que se dirigem a Terra Santa.
Por isso, em Portugal, a sua ajuda remonta ao início da nacionalidade e logo foi recompensada com doações de terras e com a administração de castelos. A sua contribuição tornou-se mais significativa em tempo de D. Afonso Henriques a auxiliaram na conquista de Santarém, por exemplo (1147). Por isso o primeiro rei português lhes atribuiu a salvaguarda de uma linha que, de Coimbra a Castelo Branco, se orientava pelo curso dos rios Zêzere e Tejo. Naturalmente, escolheram para sede e capítulo da Ordem a castelo que edificaram em Tomar, em tempo do célebre mestre D. Gualdim Pais, e edificaram o castelo de Almourol, no meio do curso do rio.
Diz-se que guardavam profundo silêncio antes de iniciarem qualquer combate. Guiados pela sua bandeira "a balsa" de cores negra e branco, com cruz, a vermelho, capeando a meio, em recorte de braços curtos, os Templários lutavam tropas especiais. Foi assim que conciliaram a estima de poderosos e humildes e a confiança que geravam fizeram-nos guardadoras das riquezas de reis poderosos da cristandade. Daí a fama de paralelamente, serem seguros banqueiro o seu poderio internacional vai ser interrompido pelo rei francês Filipe o Belo, cobiçoso da riqueza acumulada pelos templários, também guardiões financeiros do ocidente cristão europeu. O Papa Clemente V cedeu à cabala montada pelo rei francês e aceitou que Guilherme de Nogaret fosse o instrumento de acusações várias: heresia, sacrilégio, censura, infâmia de costumes. Seguiu-se a prisão em massa dos templários, depois torturados e executados na fogueira. Por bula papal, a Ordem acabou suprimida em 1312.
Foi diferente a posição régia em Portugal. Abriram-se inquéritos à conduta nacional dos Templários, fizeram-se interpretações acerca do alcance da jurisdição régia sobre os bens da Ordem, O rei português entendeu-se com o rei de Castela e concluiram pela inocência dos freires-cavaleiros, pelo que se substituiu a Ordem do Templo pela Ordem Cristo (1319), numa criação do rei D. Dinis. Assim foi possível preservar ideal e a pratica expressa na divisa que orientava os Templários: Nonnobis Domine, nonnobis, sedNominituu da Gloriam (Não a nós Senhor, não a nós! mas dá gloria ao Teu Nome!). A riqueza da nova Ordem serviu de suporte financeiro à aventura dos Descobrimentos em tempo do Infante D. Henrique, que foi seu administrador. fonte
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